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29 de ago. de 2011

Estado Alfa

Por Antonio Azevedo
O que chamamos de "Estado Alfa" ou Alpha é um determinado predomínio cortical pré-frontal de frequências cerebrais próximas a 10 ciclos por segundo. Algumas investigações parecem indicar que um predomínio estas frequências em determinadas partes dos lobos conscientes significam que a mente está concentrada de forma criativa - isto aparece durante sonhos, em devaneios, em meditações e orações, mas também em momentos de intensa concentração prazeirosa, quando, por exemplo, um matemático está resolvendo um problema instigante, um artista está buscando definir uma pintura ou um escritor está escrevendo a sua obra.
As pesquisas ainda não são conclusivas, mas alguns acreditam que este estado é o que alguns psicólogos chamam de "estado de fluxo", uma sincronização mental. É como se a parte hipotalâmica da mente - responsável pela motivação - e o sistema límbico - responsável pela resposta emocional - se entrosassem com a parte cortical pré-frontal - responsável pelas decisões conscientes e julgamentos.
Na passagem do estado de sono ao acordar - estado hipnopômpico - ou do estado de acordar para dormir - estado hipnogógico - a mente transita, por um pequeno período, por este estado. Mas isto não significa que é um estado que obrigatóriamente acompanha o relaxamento físico ou mental.
Pode ocorrer este estado e o corpo estar ativo, se bem que tarefas físicas muito conscientes, que não estejam automatizadas, obrigam a mente a "vir para fora", a se ligar nas percepções externas, e ela não pode ficar assim tão sintonizada como descrito acima.
Dito isso, tá explicado como é possível "estar em Alpha" enquanto andando no meio da rua... Ou melhor, andando pela calçada, pois no meio da rua enquanto está passando os carros não é muito seguro ficar em Alpha... :-) Uma pessoa em Alpha pode parecer "aérea", ou "hipnotizada", mas está é concentrada de uma maneira agradável, em algo que gosta de fazer e pensar. Poderá, por exemplo, estar construindo um objeto, como um marceneiro, que consegue mexer em suas ferramentas práticamente de olhos fechados... Ou pode estar, efetivamente, de olhos fechados, meditando.
Quanto a não sentir as mãos, ou formigamento delas, são reações fisiológicas diversas, e depende de cada um. Normalmente advém do relaxamento auto-imposto enquanto a mente está muito estimulada. Isto é, ainda sobra bastante adrenalina nos músculos e a mente consciente se obriga a relaxar. Os músculos podem então formigar, e outras sensações diversas, pelo reacomodamento sensorial do processo de relaxamento rápido...
Visualizar de forma ASSOCIADA, quando não está relaxado pode ser um pouco difícil, no início, pois a atenção no corpo dificulta imaginar sentir alguma outra coisa... O que posso sugerir é ignorar isso, lembrando que é uma CRENÇA que você tinha: que não podia se envolver e se sentir EMOCIONALMENTE conectado a uma experiência imaginada, enquanto o seu corpo-mente pensa e sente outras coisas.
Lembre-se, por exemplos, dos monges tibetanos que sofreram torturas intensas pelos chineses, e mantinham o seu pensamento longe, imaginando-se em seus templos, meditando tranquilamente. Quanto mais dor infligiam aos seus corpos, mais inquebrantável era a determinação deles de se focalizar em seu estado mental. De certa forma, quanto menos relaxamento os seus corpos tinham, mais forte ficava a sua concentração Alpha...
Por isso, a melhor dica para você, que deseja manter uma focalização em suas meditações dinâmicas, em seus estados Alpha ou quaisquer outros nomes que deseje chamar, é IGNORAR as distrações, mesmo que elas permaneçam lá. Simplesmente não acredite que elas possam interferir com a sua concentração - e elas perderão o pequeno poder que ainda tinham de interferir...
Se quer AMPLIAR o estado emocional que sente quando está em um Estado Alpha, em um estado de recursos poderosos, como diz a PNL, mantenha a atenção em seu objetivo e ESPERE que a emoção adequada venha, com CONVICÇÃO que ela virá, da mesma maneira que um pescador senta à beira do lago, coloca a isca certa no anzol e pòe a linha na água, com certeza que o peixe certo morderá a isca... E, deste modo, a espera é agradável, é prazeirosa, vale a pena, até o momento que ZAPT! puxará a linha e sentirá o imenso prazer do foco, do fluxo, quase orgásmico, da idéia mental cultivada até o estado do êxtase, do seu Estado Alpha

Tudo que existe, já foi uma ideia na cabeça de alguém.



Nada vem a ser ou é criado em forma material, sem ter antes existido como idéia. Visualizar coisas que não existem, materiais ou não, é, pois, de suma importância para fazê-las acontecer na realidade. Noutras palavras, a visualização ajuda-o a realizar; ela aumenta a produtividade.

Visualização funciona mesmo?
Se a visualização auxilia a realização de coisas e não tem nenhuma contra-indicação, por que então as pessoas não visualizam o tempo todo? Ora, muita gente que a experimentou diz que não funciona. Visualizam algo novo a se materializar nas suas vidas, mas a coisa não acontece. Pode isto acontecer? Você pode visualizar algo como tudo correndo bem na reunião de vendas de amanhã, uma promoção a gerente distrital ou a capataz, um Lexus novo e pago na garagem, e nada disso acontecer? A visualização pode desapontá-lo?
Mas, afinal, a visualização funciona ou não? Seguem dois argumentos defendidos por quem diz que ela não passa de um truque de psicologia pop, que não tem real poder de afetar as coisas. Para avaliar a validade de suas alegações, vejamos o que eles pensam.
Visualize a bola sendo colocada de primeira em 18 buracos
Há alguns anos, alguém, num campo de golfe, contou a alguém mais o segredo de como aumentou a sua produtividade no golfe: visualizar a bola indo para onde você quer que ela vá. Os jogadores de golfe, que no mais são pessoas inteligentes, que socialmente ocupam cargos de responsabilidade, geralmente se transformam em pessoas altamente volúveis e irracionais quando se lhes apresenta a oportunidade de adotar algum truque novo, capaz de aumentar-lhes o rendimento no jogo. Segundo consta, adotam de tudo, até as coisas mais desajeitadas ou menos práticas que, segundo eles, possam poupar-lhes uma ou duas tacadas. Não demorou muito para a visualização tornar-se procedimento de rotina até entre os que nem levam muito a sério o esporte. Aproxime-se da bola, ponha-se em posição, visualize e dê a tacada.
Por acaso toda esta visualização produziu uma nação de melhores jogadores de golfe? A média de tentativas diminuiu notavelmente nestes últimos anos? Os clubes de golfe precisaram baixar seus padrões para reagir à infiltração da visualização?
Para os céticos, a única coisa que a visualização fez, ao que se saiba, foi retardar os jogos, pois em vez de ir direto à bola e dar a tacada, todo mundo vai e fica o tempo que bem entende visualizando, enquanto os demais esperam.
Se a visualização funcionasse, com 18 tacadas você colocaria a bola em 18 buracos, a não ser que de vez em quando a visualizasse indo parar perto do marco. E como explicar uma péssima tacada quando o que visualizou foi outra coisa? Quem sabe enquanto você visualizava a bola indo direto para o buraco, os outros três do seu grupo a viam indo parar dentro do lago? Talvez as visualizações antagônicas acabem pesando a favor da maioria; ou talvez simplesmente não funcione.
E o Lexus pago?
Um certo dia, Betsy telefonou-me toda eufórica. "Qualquer dia desses eu apareço por aí para lhe mostrar meu Lexus novinho!" exclamou. "Então você está de carro novo? Que beleza!", conclui.
"Bem", prosseguiu ela, "eu ainda não comprei. Mas ele vai estar aqui no dia primeiro de novembro." "Então você fez uma encomenda especial?". "Não foi bem isso", explicou ela. "Eu ainda não comprei o carro. Nem sei direito se vou realmente comprá-lo, só sei que no dia primeiro de novembro vou ter o meu Lexus novinho e, o que é melhor ainda, totalmente pago!". (Se você for visualizar um carro novo, visualize-o já pago!).
Betsy não conseguia conter o entusiasmo, havia lido um desses capítulos sobre visualização em algum livro e aderiu na mesma hora. "Visualizando um Lexus novo e pago na minha garagem eu vou materializá-lo!", explicou ela. E tome de visualizar! Nos três meses e meio que se seguiram (foi em meados de julho que tudo começou), ela visualizou com toda a energia. Conforme o livro sugeria, recortou fotos do carro e colou no espelho do banheiro e na porta da geladeira, olhou muito para as fotos, inculcando-as na mente. Ela também fixou um prazo para sua visão tornar-se realidade: 1 de novembro, três meses e meio pareciam tempo suficiente para a mágica da visualização agir.
Ela também agiu. Afinal de contas, visualização não é só sonhar, desejar e esperar. Incutir a imagem na mente é só uma parte, a outra parte-chave é agir no sentido de realizar a visão. Todos os dias é preciso que você faça alguma coisa para a visão tomar forma, e foi exatamente isto que ela fez. Mais de uma vez foi até a revendedora e "ligou-se" no modelo de sua preferência, olhou, tocou, escutou, cheirou, sentou, dirigiu, falou com donos de Lexus e disse para eles que também teria um.
Acreditar também é uma parte-chave da visualização. Betsy aprendeu que não basta visualizar e agir, tem que acreditar, de verdade, de todo o coração, que a visão não só é possível e provável, mas que ela é inquestionavelmente verdadeira. Não pode haver dúvida na sua mente, para a visão tornar-se realidade, você precisa acreditar que ela já é realidade, embora ainda não se tenha materializado.
Betsy acreditou. Chegou até a dizer para todo o mundo que já tinha um Lexus novo e pago, como se já tivesse mesmo. Não tenho a menor dúvida de que ela acreditou, principalmente quando a vi sair de um shopping e, inconscientemente, enquanto conversava comigo, dirigir-se por engano para um Lexus no estacionamento, pensando que era o carro dela.
Não se preocupe com como é que uma visão vai se tornar realidade. Betsy sabia muito bem que não podia arcar nem mesmo com a entrada, que dirá com o restante do pagamento. Mas isso não tinha importância. Se fizer tudo o que tem de ser feito, ou seja: visualizar com intensidade emocional pelo menos duas vezes por dia, agir sempre e sinceramente acreditar que a visão existe, o "como" é coisa que vai cuidar de si mesma. Algo, ou uma série de "algos" que concretize a visão vai acontecer. Quem sabe ela ganharia algum concurso (participar deles era uma das providências que ela estava tomando) ou na loteria estadual? Talvez morresse algum parente distante e lhe deixasse um Lexus em testamento. Quem sabe ela encontrasse um cavalheiro simpático e gentil que lhe desse um Lexus como presente de noivado? Ela poderia também acordar algum dia e encontrar um na garagem sem qualquer explicação de como ele foi parar lá. Não ria! A maneira poderia ser qualquer uma em mil possibilidades, nenhuma das quais, enfim, importava.
Finalmente, veio o dia 1 de novembro, depois o dia 2, 3 e 4. Lá para o dia 10 de novembro, liguei para Betsy para saber das novidades. "Eu ainda não estou com o carro, mas sei que ele vai chegar em breve", disse ela com convicção, ainda que notavelmente menos intensa do que antes.
Vieram então 1 de dezembro, 1 de janeiro e por fim 10 de novembro do ano seguinte. Com dois anos e meio, desde que ela começara a visualizar um Lexus pago, nada de Lexus pago ainda.
Visualizar funciona? A conclusão dela é bem clara. "A visualização é uma arapuca!". Uma idéia estúpida para fazer gente crédula como eu cair numa conversa fiada. É mais fácil ter um Lexus se eu mesma contruí-lo, porque, com certeza, eu não vou conseguir nada com visualização", declarou ela.

Por que a Visualização não funciona para alguns
A razão pela qual certas pessoas não conseguem fazer a visualização funcionar para elas é que querem que se façam coisas impossíveis. A visualização não é uma fada pronta para satisfazer todas as suas vontades, não é uma varinha de condão que produz automaticamente o que você pedir. Ela só é uma técnica mental simples, que ajdua a sua produtividade, e o que pode fazer com grande impacto se for bem utilizada.
Muitas coisas a visualização não pode fazer. As pessoas que dão testemunhos de maus resultados parecem não ter consciência das limitações. Aqui estão quatro das limitações da visualização: compreendê-las vai preparar para saber o que ela pode fazer, e isto virá em seguida.
- A visualização não altera as leis conhecidas da física. Você está num engarrafamento medonho, visualiza seu carro levitando e indo por cima de todos, como o de George Jetson. A visualização vai se transformar em realidade? Sinto muito.
É claro, há um argumento em favor da validade de uma visualização desse tipo. Se, afinal de contas, os irmão Wright não tivessem imaginado a si mesmos voando e acreditado que poderiam fazê-lo, quando todo o mundo considerava impossível voar, não teriam inventado o avião. (*) Se você visualizar um carro voando pelo ar e dedicar a sua vida a transformar esta visão em realidade, pode muito bem inventar um carro voador. Mas, enquanto você ou qualquer outra pessoa não fizer exatamente isto, seu carro não vai escapar de nenhum engarrafamento, pode visualizar com a força que quiser.
(*) Nota do tradutor: A Europa Continental em peso reconhece o brasileiro Alberto Santos Dumont como o inventor do avião, mas não os EUA. Para eles cabe aos irmãos Wright o alegado privilégio.
Você também não vai conseguir saltar com um pulo só prédios muito altos, parar uma locomotiva ou fazer balas de metralhadora ricochetearem em seu corpo. Talvez algum dia alguém invente uma forma de fazer tudo isto. Este alguém pode ser você ou não, mas enquanto isto não acontecer, não é com visualização que poderá conseguir hoje mesmo essas coisas.
- A visualização não muda as possibilidades matemáticas. Digamos que haja 500 pessoas na sala, ou melhor, 501, contando comigo, que estou em pé diante de você, e das outras 499 pessoas sentadas no auditório. Anuncio que há uma etiqueta especial colada sob uma das cadeiras, o que significa que seu ocupante ganhou um livro (o que realmente faço em meus seminários). Quais são suas chances de ganhar o livro?
Uma em 500, logicamente. Mas se você estiver visualizando-se intensamente como o ganhador? E se imaginar-se vindo à frente para receber o livro? A visualização aumenta suas chances de ganhar? Não. Também não ocorre de alguém mais estar visualizando-se como ganhador e tal visualização reduzir suas chances a zero. A visualização não altera as possibilidades.
Pense nisto desta maneira. Quando a loteria estadual faz um determinado sorteio, ela sabe quais as chances de alguém ganhar. Chega até a imprimir as probabilidades no próprio bilhete para que o apostador também fique sabendo. A loteria leva em conta a visualização quando divulga as chances? O bilhete diz: "As chances são de 1 para 7 milhões, a não ser que você esteja visualizando". Nesse caso, você garantidamente vai ganhar e todos os demais compradores de bilhetes serão perdedores certos? Claro que não. A visualização não afeta as probabilidades.
Não é a mesma coisa que dizer que com ou sem visualização você não pode melhorar as chances de sucesso. Você poderia comprar dois bilhetes, dobrando assim suas chances de ganhar; assim mesmo as probabilidades continuam as mesmas: uma para sete milhões, mas comprando dois bilhetes você acrescentou suas chances para duas para 7 milhões. É por isso que os jogadores de golfe não conseguem ir marcando logo uma sucessão de pontos colocando a bola no buraco logo na primeira tentativa; as chances de colocação com uma só tacada são bem remotas e consegui-lo em sucessão são microscópicamente pequenas. A visualização não altera estas probabilidades.
- A visualização não substitui o esforço. Há que ache que visualização e esforço sejam inversamente proporcionais. Se passarem boa parte do tempo visualizando, poderiam passar menos tempo agindo, raciocinam. Elas percebem o fenômeno como um atalho interessante para o sucesso. São do tipo que conseguem imaginar Ed McMahon tocando sua campainha com um cheque de 10 milhões de dólares na mão e sentarem-se o dia inteiro esperando que isto aconteça. Claro que não acontece. Por acaso é coincidência o fato de que cada pessoa que atribui seu sucesso à visualização também dar igual crédito a um tremendo esforço? Já conversei com centenas de pessoas que fazem sucesso em todos os setores, no mundo inteiro, e todas têm pelo menos uma coisa em comum, repetem sempre as mesmas palavras: "Não é fácil".
- A visualização não dita o quando. A visualização não oferece resposta a nenhum "quando" (se você já conseguiu se curar de alguma doença, nem vai fazer esse tipo de pergunta). Foi aí que Betsy errou. ela marcou um prazo para concretizar seu Lexus. Alguns proponentes da visualização recomendam que use prazos para pressionar seu subconsciente a agir mais rápido. Eles não compreendem a Máxima 29. São as grandes forças do universo que ditam quando algo vai acontecer; você não pode controlá-las.
Algumas visões se materializam rapidamente, outras demoram um pouco mais. Ainda cursando o ginasial, Emmitt Smith assistiu ao Super Bowl XXI, em janeiro de 1987. Ele passou, a partir de então, a visualizar-se jogando no Super Bowl e chegou a espalhar que ainda participaria. Seis anos depois, lá estava ele jogando no Super Bowl XXVII, pelo Dallas Cowboys. A visão tornou-se realidade, mas levou seis anos. Não é como se duas semanas depois que começou a visualizar ele fosse misteriosamente retirado da escola e convocado para o Super Bowl. Certas visões levam tempo para materializar-se.
Se Betsy continuasse a visualizar o seu Lexus pago na garagem, ele acabaria lá, sem dúvida. Fixar, porém, um prazo, ditar quando ele deveria estar lá, é contraprodutivo.
Como funciona a Visualização
Apesar de tudo, a visualização realmente funciona. "Como ela funciona?", você pergunta.

Vamos descobrir o que dá potência à visualização.
A visualização é um bem fundado princípio científico que realmente pode melhorar o seu desempenho, fazer realizações acontecerem, e suas expectativas se materializarem. Na verdade, ela não é tão esotérica, nem misteriosa quanto parece. A visualização é tão somente um método de programar o subconsciente, para que este aja conforme a cena gravada, dirigindo os seus pensamentos, palavras e ações de acordo com o seu objetivo. É assim que ela funciona:
- A visualização sensibiliza o seu subconsciente. A visualização sensibiliza o seu subconsciente para detectar tudo o que possa ajudar a transformar sua visão em realidade. Lembre-se: seu subconsciente está recebendo continuamente, pelos cinco sentidos, uma quantidade infinita de informações, e ele precisa classificar tudo para definir o que é e o que não é relevante. Quando uma visão forte está embutida em sua mente, tudo o que pode dar apoio àquela visão torna-se relevante e é aproveitada. Sem a visão instalada, seu subconsciente não teria sido alertado para reconhecer algo como relevante, e nem ordenar suas ações para tirar proveito da mesma.
À guisa de ilustração, quantos carros Taurus de cor cinza você viu na estrada na semana que passou? Talvez não faça a mínima idéia. Você não prestou atenção porque não esperava a pergunta. Se, porém, eu lhe prometesse a recompensa de 100 dólares em dinheiro para contar os Tauros de cor cinza que visse por acaso na próxima semana, o que aconteceria? Consciente e deliberadamente, você observaria. Mais que provavelmente, porém, sua mente divagaria, a maior parte do tempo que passasse dirigindo, você estaria pensando em qualquer outra coisa, menos em Taurus cinza. Não obstante, assim que avistasse um deles, seu subconsciente interpretaria a visão como relevante e alertaria sua mente consciente. "Mais um", diria você a si mesmo, incluindo-o na contagem.
Vá em frente e faça a experiência. Compre um Taurus de cor cinza e veja quantos Taurus de cor cinza vai passar a perceber na estrada. Depois de comprar o seu, você vai ver muito mais deles. Por que isto? Ou você é tão famoso e considerado na comunidade, que muita gente vai sentir-se compelido a competir com você (possível), ou sua compra sensibilizou o seu subconsciente a observar estes carros agora (provável).
Por que as emissoras de rádio tocam demais aquela canção que você detesta? É só ligar o rádio que lá vem ela. Na verdade, ela não está sendo mais tocada do que as outras. Mas, por causa da sua ojeriza, seu subconsciente ficou sensibilizado a ela, dando a impressão de que é muito mais tocada do que as outras, às quais seu subconsciente não está sensibilizado.
Quando sua mente subconsciente está programada com uma visão, deslinda qualquer quantidade relevante de informações dentre as milhões de informações que recebe diariamente e sobre as quais atua. Com o passar do tempo, suas palavras e ações modelam o seu futuro e as coisas que lhe acontecem alinham-se com sua visão.
Ao montar um quebra-cabeça, você precisa olhar constantemente para a figura completa na caixa para saber onde vai encaixar uma das peças, certo? Ao visualizar, está fornecendo a figura completa para o seu subconsciente, está mandando- achar todas as peças relevantes que, depois de montadas, correspondem ao quadro visualizado. O quebra-cabeça é montado, formando, no final, uma figura idêntica àquela para a qual você ficou olhando o tempo todo.
- A visualização reforça a convicção. Se você não acredita que algo vai acontecer, está aumentando grandemente as chances de aquilo não acontecer mesmo. Para fazer a visualização funcionar, você precisa acreditar piamente que sua visão vai tornar-se realidade ou, a mais forte convicção possível: que sua visão já é realidade. Como então estabelecer, fortalecer e conservar convicções? Visualizando.
É como numa cadeia alimentar. A convicção alimenta a visão, que por sua vez alimenta a convicção. Você não tem dificuldade para acreditar em algo que existiu no passado, tem? Digamos que tenha um amigo especial que já não está mais presente em sua vida; uma pessoa com quem trabalhou há muitos anos, em outro emprego. Você acredita que esta pessoa existiu porque ele ou ela já esteve com você e agora é uma forte lembrança.
Imagine agora outro amigo existindo em sua vida, alguém igualmente especial, mas que você ainda não encontrou. Uma vez que ainda não o encontrou, ele ou ela não passa de uma idéia, uma imagem criada pela sua mente. Agora, compare o nível de credibilidade da existência de cada pessoa, a da memória e a da imaginação. Em qual das duas é mais fácil acreditar? Qual das fontes, memória ou imaginação, produz nível mais forte de convicção? Se for como a maioria das pessoas, você vai achar prontamente que a memória é muito mais acreditável; quase sempre acredita mais em uma recordação do que numa coisa imaginada.
Você pode, contudo, tornar uma visão tão forte como uma lembrança. Alguma coisa acontece na sua vida e você lembra, é como se cria uma recordação. Primeiramente o fato, depois a memória. com a visualização inverte-se a ordem. Uma visão, fortemente implantada no armazenamento cerebral, é uma lembrança invertida. Visualizando, primeiramente você cria a memória, e o fato acontece mais tarde: a visão aloja-se na mesma parte do seu cérebro onde alojou-se uma lembrança, e pode ter o mesmo nível de credibilidade.
- A visualização cria confiança. Vai desempenhar melhor se tive confiança na sua capacidade de ter sucesso. E a maneira de adquirir confiança é através da experiência. As duas maneiras de adquirir experiência são agir e visualizar-se agindo. Em outras palavras, suas visões são pseudoexperiências.
Os pilotos de avião treinam em simuladores de vôo; eles podem adquirir nestes a mesma experiência que em vôos reais, sem os perigos destes. Provavelmente cometerão menos erros em vôos reais se adquirirem experiência prévia em simulados. A visualização funciona da mesma maneira: quando visualiza a si próprio fazendo algo, está simulando mentalmente a realidade. Da mesma forma que o piloto no simulador, você está adquirindo experiência; ela cria confiança, faz com que se desempenhe melhor.
Com os computadores de "realidade virtual", você agora já pode colocar um capacete e entrar num mundo completamente diferente. A realidade virtual está sendo aplicada para reabilitar pessoas que sofreram lesões cerebrais, pois se simulam habilidades elas estão melhor habilitadas para fazer o mesmo na vida real. Você pode usar o seu cérebro exatamente da mesma maneira que um programa de computador de realidade virtual. Pode programar o seu subconsciente da maneira que quiser, visualizando experiências e, ao fazê-lo, está adquirindo valiosa experiência e confiança, além de melhorar seu desempenho na realidade.
Como exatamente você melhora o seu desempenho? Desenvolver a confiança é só uma parte, porém há mais. A visualização lhe oferece um roteiro a seguir. É como os atores no palco, que representam de acordo com o texto. E se não houvesse um roteiro? Eles ficariam ali sem saber o que dizer ou fazer. Quando você visualiza alguma coisa antecipadamente, está criando o roteiro. Na hora de encená-lo, você fala e se movimenta dirigidamente, com confiança e sem hesitação. Depois que experimentar, vai achar muito surpreendente.
- A visualização complementa o seu ser. É verdade que você é a soma de todas as suas experiências passadas? Muita gente acha que sim, porque parece lógico. No entanto isto é falso. Suas experiências passadas constituem apenas metade do seu ser.

Visualize seu caminho para o sucesso

Por Antônio Azevedo
Ao que parece, hoje em dia muitos livros vêm com um capítulo obrigatório dedicado à visualização. O assunto já não está circunscrito à area esotérica. "Visualize o bolo crescendo... veja-o sair perfeito do forno", diz um livro de receitas que ganhei um dia desses. (O mais acabado "exemplo de psicologia", acredito.).
O presente texto sobre visualização é diferente: ao invés de simplesmente abordar os benefícios da visualização, recomendando-a, vou explicar por que ela não funciona para muita gente. Você vai ter a verdadeira história, inclusive com as falhas da visualização.
No entanto, como ela é a "quarta mola" da produtividade, conforme escrevi antes, deve saber por que a recomendo, com seus defeitos e tudo. Existem, afinal de contas, certas condições sob as quais a visualização pode ser bastante eficaz. Você vai aprender que condições são estas e como pode fazê-las melhorar sua produtividade todos os dias.
Não tire conclusões precipitadas de que a visualização não passa de teoria metafísica, sem aplicação na prática, e que não traz qualquer benefício. Pode parecer assim no início, quando estivermos comentando certos aspectos engraçados que ela tem, mas tenha a certeza de que se não tivesse nenhum valor prático e realista, não teria sido comentada neste livro. Com o desenvolver do capítulo, entenderá como funciona e como fazê-la trabalhar para você.

O que a Visualização pode fazer por você
A visualização afeta sua produtividade de várias maneiras: pode lhe proporcionar a orientação capaz de mantê-lo na trajetória de sua carreira e vida pessoal, pode reforçar a autoconfiança e fortalecer sua fé em si mesmo e em suas habilidades, pode aguçar sua perícia e elevar o nível de experiência. A visualização ajuda nas suas realizações e melhora seu desempenho.
Tão logo esteja visualizando melhor, começa imediatamente a trabalhar para você. As pequenas coisas que quer realizar a cada dia no trabalho e em casa podem acontecer com maior facilidade e freqüência, e as mais grandiosas, como seus sonhos, por exemplo, também podem vir a acontecer com maior facilidade e freqüência, emboram demorem um pouco mais. Em suma, ela proporciona incontáveis benefícios e não tem nenhuma contra-indicação.

O Conceito da Visualização
Você pode não estar bem familiarizado com o conceito da visualização, mas, ainda que esteja, vamos repassá-lo como base para nossos comentários.
Visualizando algo, pensando e vendo na imaginação esta coisa, você consegue trazer para a realidade tudo o que estiver objetivando. É este o conceito. Um exemplo comum dos proponentes da visualização é "criar uma vaga para o carro", visualizando uma área vazia no estacionamento lotado. Com certeza, quando você se aproximar da área, alguém sai da vaga e é só você ocupá-la, como se já estivesse tudo num roteiro. É esta a idéia por trás da visualização; você está "escrevendo o roteiro", está imaginando algo com antecedência para mais tarde, simplesmente, ver tudo sendo representado na vida real.
Nós vamos examiná-la por outro ângulo. Tudo o que existe hoje no mundo feito pelo homem não foi criado por alguém? Sua casa, por exemplo. Pessoas contruíram-na físicamente com serrotes, martelos, pregos etc, utilizaram vários materiais, como madeira, carros, tijolos e plástico. EStes materiais foram todos fabricados. Sua casa foi criada por algumas pessoas que fizeram as partes e outras que as juntaram.
Antes, porém, que os operários juntassem todas as partes, alguém desenhou a planta, certo? A construção de fato não começou antes de existir a planta. Que dizer que alguém, muito provavelmente um arquiteto, criou mentalmente sua casa e preservou tal criação sob a forma de planta antes do construtor criá-la na realidade.
Observe qualquer coisa que existe na sua vida. Seu carro, televisor, camisa, jornal ou seu jantar. Antes de alguém criar tudo isso na realidade, criou-as mentalmente. As palavras também funcionam assim. Antes de qualquer filosofia, crença ou sentimento se estabelecer, foi preciso alguém sonhar. Alguém em algum lugar criou a coisa mentalmente para só depois se transformar em realidade. Tudo o que existe atualmente já foi uma idéia. Você tem, portanto, a teoria de que "tudo é criado duas vezes", primeiramente é criado em pensamento e, depois, na realidade.
Com isto, voltamos à visualização. Quando visualiza mentalmente algo que, no momento, não faz parte da sua realidade, você ativa as forças necessárias para transformá-lo em real. Seu pensamento ou visão é a semente, que cresce e torna-se uma planta, que vive e respira. Assim também acontece com a sua visão. Primeiro o pensamento, depois a realidade